Encontro histórico de "chorões" em Lisboa com participação de músicos da Libertina

Antes tarde do que nunca, diz o ditado...

Com um lamentável atraso, assinalámos um encontro memorável para a história do chorinho em terras lusitanas...

Promovida por Tércio Borges no seu Mini-Teatro da Calçada, uma autêntica roda de choro contou com a presença de vários músicos do grupo Rabo de Lagartixa  e do grande Mestre Siqueira do Cavaquinho e seu regional,  além de inúmeros músicos brasileiros e portugueses  dedicados ao choro.

O público que compareceu ao Mini-Teatro naquele 27 de Setembro pode ver o ouvir o que há de melhor no chorinho brasileiro com as participações de Daniela Spiellman, Alexandre Brasil, Alessandro Valente e Beto Cazes (Rabo de Largatixa); Mestre Siqueira, Wellignton Monteiro, Marcelo Portela e Marco Arruda (Siqueira e Grupo) além  dos nossos conhecidos  Tércio Borges,  Gabriel Godoi,  Janeca e  João Fião,  dentre tantos outros.

As fotografias e vídeos disponíveis na internet não fazem jus ao clima de alegria e suspresa que tomou conta dos músicos e do público presente.

Assinalámos especialmente a presença na viola-baixo no nosso grande Professor Doutor João "Janeca" Nogueira, eminente académico da Universidade Nova de Lisboa e presença mais que constante em todo e qualquer encontro musical lisboeta.

Com o seu profundo conhecimento da música brasileira, do choro à MPB, e sua devoção aos grandes compositores como Chiquinha Gonzaga, Pixinguinha,  Ernesto Nazareth e Noel Rosa dentre tantos outros; encara corajosamente qualquer repertório; tendo sido o único músico português a desembainhar o seu instrumento nesta quinta-feira tão especial;  além do percussionista João Fião.

A omnipresença do Professor Janeca na noite lisboeta é lendária, havendo mesmo relatos fidedignos de sua presença em dois locais ao mesmo tempo, a tocar choro e fado simultaneamente. Infelizmente, este colunista não pode verificar esta informação.

Sua actuação musical na boémia lisboeta espelha o que há de melhor no intercâmbio cultural luso-brasileiro.

Todos conhecemos o seu entusiasmo nas noites da Orquestra Libertina de Lisboa, especialmente ao contextualizar verbalmente  temas como "André de Sapato Novo" e "Na Glória".

Lembramos mesmo que tem estado ao seu cargo a ordem de marcha toda quarta-feira, no Cinearte - Teatro A BARRACA, para o início das actuações da Orquestra Libertina de Lisboa.















Mais Chiquinha! Mais Pixinguinha!


D. Chiquinha aos 84 anos

Renovação do Repertório da OLL


Sob os gritos de "Mais Chiquinha! Mais Pixinguinha!"  foi encerrado o último ensaio da OLL, sendo deliberada a inclusão de novas músicas como "Água do Vintém" de D. Chiquinha Gonzaga e uma série de reduções especiamente executadas pelos músicos da OLL de arranjos originais de Pixinguinha para orquestra de grandes clássicos do choro.  

O fiel público da Libertina poderá conferir estas novas interpretações já no próximo serão dançante no CINEARTE, no novo horário das 22:30 hs. 



O grande Pixinguinha

Troika oficialmente convidada para próxima quarta-feira


Com o protocolo 171-171/69-2012 emitido em Bruxelas, foi oficialmente efectuado o convite aos membros da Troika para assistirem à próxima apresentação da OLL, com o objectivo de evidenciar a capacidade dos portugueses e afins de se divertirem à brava com poucos recursos.  A crise passará, e estamos convictos de que a bonança nos encontrará em plena actividade, acompanhados pelo nosso fiel público, cada vez mais afiado nas danças executadas pela orquestra: choros, maxixes, baiões, mambos, rumbas, etc, e todas aquelas que a nossa libertinagem musical alcançar.


Chiquinha Gonzaga em Lisboa: Obra inédita?


Pouca gente sabe que D. Chiquinha Gonzaga, no auge de sua carreira, viveu por três anos em Lisboa, entre 1906 e 1910.  Recentes pesquisas no seu acervo, depositado  no Instituto Moreira Salles no Rio de Janeiro, dão conta de um manuscrito onde há o relato de uma obra inédita,  que teria sido composta neste período,  por indicação de seus guias espirituais (babalorixás e  santos católicos dentre outros) recebida numa sessão mediúnica na Casa dos Avelares em Sintra.  Tal obra deveria ser executada por uma pequena orquestra, no período de aproximadamente 100 anos.   Esse agrupamento musical deveria ter  em  sua formação a mesma gênese de D. Chiquinha: uma mistura de raças e credos, sem preconceitos de cor e de crenças, unidos pela devoção à música e ao prazer dos seus ouvintes.  Esta partitura estaria escondida na zona onde residiu, para os lados de Benfica.  A OLL já contratou detectives e historiadores para encontrar este manuscrito.

Participação de Passos Coelho rejeitada pela OLL



O primeiro ministro  Passos de Coelho acaba de ter o seu pedido para uma participação musical rejeitada pelos músicos da OLL. Barítono, já chegou mesmo a se  apresentar no  palco do São Carlos enquanto as medidas de austeridade corroíam o país. Sua audição para a OLL foi considerada desastrosa: não tem swing, jogo de cintura ou mesmo senso rítmico ou de humor, desafinando várias vezes... Aguarda-se protestos de seu Gabinete.

Arranque da temporada da Orquestra Libertina de Lisboa no Cinearte



Com a presença de dezenas de lisboetas, dentre os quais expoentes da cultura e das artes da cidade, foi ontem dado o arranque para a temporada da Orquestra Libertina de Lisboa no Teatro Cinearte em Santos.

Com suas varandas voltadas para o jardim de Santos, ecoaram pelas janelas os primeiros acordes de "Gaúcho/Corta Jaca" da grande compositora, maestrina e libertina Chiquinha Gonzaga, patrona da OLL, colocando logo a sala ao rubro, com diversos casais a rodopiar pelo salão. As quartas-feiras em Santos prometem não serem mais as mesmas...